quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Pat Metheny - Bright Size Life - Eternizar é maturar.

Bom dia, nobres e raros acompanhantes.


Esses dias eu estava dando uma fuçada numas coisinhas e achei um disco que não ouvia fazia muito tempo. Não ouvia, mas muita coisa desse disco não sai da minha cabeça desde o dia que ouvi a primeira, segunda, terceira, quarta vez...

Pois como o título do post diz, o disco é o grandiosamente minimalista 'Bright Size Life' do genial guitarrista Pat Metheny.


[Já começou arrebentando]
Engraçado que sempre existem discos que a gente ouve um milhão de vezes e não enjoa. Não enjoa porque sempre tem alguma coisa "nova" pra se escutar. Sempre ouvimos uma nuance, uma dinâmica, uma frase, um detalhezinho que seja pra refrescar os ouvidos e fazer a gente ouvir o disco mais uma vez, e depois mais uma... E não é diferente desse disco.



Uma das coisas mais bacanas de BSL é, além das performances de Pat, Jaco e Bob, a simplicidade das coisas, provando mais uma vez que o Jazz também pode ser simples, bonito e singelo.

Bright Size Life não tem nada mais que um trio arrebentando tudo, a única coisa que tem a mais é uma base de acordes feita pelo próprio Pat, de resto é dinâmica, sentimento e entrega, muita entrega.

Ta certo que o disco é do grande Pat Metheny e o baixista é o gênio absoluto Jaco Pastorius, mas naquela época, ambos tinham, como diria Fábio Júnior, 20 e poucos anos.

Engraçado foi que o disco, na época, não fez o sucesso ou causou o impacto que causa hoje.


Palavras do próprio Pat sobre BSL



Moderado!


Em resumo, o que ele diz é que o disco fez um sucesso 'moderado', as críticas foram 'moderadas', e todos achavam o disco 'moderado'.

Mesmo o disco tendo uma unidade musical, isto é, uma personalidade única embutida em todas as músicas, fazendo uma ser a continuação da outra, o disco foi 'moderado'.

Mas o interessante é que o disco despontou 15, 20 anos depois, foi quando as pessoas olharam pra traz e viram que o disco é realmente fantástico.



Pra mim, o que significa isso?


Maturação!

O ponto de maturação do disco demorou todo esse tempo pra acontecer, isto é, esse é um daqueles discos que a gente tem que ficar repetindo, se acostumando com a sonoridade, entendendo a concepção, pra só depois dizer se gosta ou não gosta.

Lógico que nesse caso, o fato das pessoas receberem melhor a "simplicidade musical" após uma década de excesso, contribuiu para Bright Size Life renascer. 

Mas essa fase das pessoas não pode ser considerada uma maturação

Lógico que isso não tira o mérito de Pat, muito pelo contrário, o que ele fez foi literalmente arte atemporal.


Então vamos maturar nossos ouvidos com, na minha opinião, as melhores das melhores músicas do disco.





Abraço!



quinta-feira, 30 de julho de 2015

Esse bicho é FOD@

Povo bacana...



Faz tempo que não posto nada aqui no blog, mas os "teasers" do trabalho mais recente do Gary Clark Jr, 'The Story Of Sonny Boy Slim' merecem um post, nem que seja assim, pequenininho.

Virei fã desse cara quando ele esteve abrindo os shows do Clapton no Brasil em 2010.
Fiquei chapadão com o som das Epiphones dele. O cara usa fuzz pra valer e tem um timbre matador.

Além de ter uma pegada muito particular, o que já conta muito pra mim, pois gosto desses caras que tocam à sua maneira.

Bom, vamos lá... Porrada!



The Healing


Grinder




Viva essa nova fase do Blues!





Abraço!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Overdrives, distorções, fuzzes e mais drives...

Povo que gosta do feriado de São João...


Demorei muito pra escrever esse post e estou devendo um monte de coisas. Mas a vida segue....


Hoje vou tentar falar, sem me perder, sobre um dos nossos assuntos favoritos: Drive!


[Esses podem ser 1/5 dos seus pedais..]
Se existem dilemas na vida de um guitarrista, um deles certamente é saber qual o timbre de drive que mais combina conosco. Nesse dilema encontra-se a compra de um, alguns ou milhões de pedais de drive ao longo da vida.


Existem vários mitos à cerca do surgimento do overdrive como conhecemos. Já ouvi vários mitos sobre esse assunto. Um deles foi que, certo dia, Keith Richards riscou seus alto-falantes na intenção de estragar o som deles e obter distorção. 


Cada um que viva no seu mundo né?



Sabemos que, bem simploriamente, o drive é gerado pela saturação do amplificador, distorcendo assim o sinal de saída. A partir daí o resto, e todo seu aparato tecnológico, é história.


[Qual é o meu Drive..?]
Então, como saber qual o melhor som de drive pra mim?


Simples: Bom senso e tentativas.



Faz um tempinho, eu estava vendo um dos vídeos do Mateus Sarling, que só pra constar é um músico sensacional, e ele estava falando sobre algo muito bacana que acontecia tempos atrás: A troca/empréstimo de pedais.

O que ele fala, e eu concordo plenamente, é que na época em que as coisas eram muito caras e até um pouco escassas, se passava muito tempo com um pedal, seja ele seu, ou de um amigo. 

O que acontecia era que o músico aprendia cada macete desse pedal e somente com o tempo o cara poderia dizer se realmente o pedal servia pra ele ou não.

E isso ocorre para os mais diversos tipos de pedal e suas marcas. Não é porque é BOSS que você vai "se achar" no pedal.


Claro que à principio, você vai se espelhar nos pedais dos seus guitarristas favoritos pra achar o "seu timbre", mas depois o caldo vai engrossando e o seu nível de exigência fica maior e maior... até que você endoida.



E quando endoida, fodeu....?


[Endoidou? Não tem jeito]
Fodeu! Não tem jeito! Você vai comprar 3 milhões de pedais de drive e você nunca vai achar o seu timbre. O perigo aí é que você certamente já havia achado "o timbre", mas por loucura, resolveu mudar

Lógico que todo guitarrista muda sua 'Gear' de tempos em tempos, mas a essência do timbre fica lá, mesmo com a mudança do setup.





Ah, mas aí é onde está a mão do guitarrista...



E você é cotó? Maneta? Não né!
Então a essência do timbre também está nas suas mãos!





Então vamos ao timbre...


[Aqui tem de tudo! Tuuuudo...!]
Não vou sair falando sobre marcas de pedais e falar sobre cada um deles não. Só de alguns... hehehe. Alguém já fez a parte completa, e fez muito bem! 

Minha referência em se tratando em reviews de drives:



Esse blog voltado à timbres floydianos tem informação sobre um montão de coisas, desde as características sonoras dos pedais, setups favoritos e qualificação. Um show de blog. Um dia inteiro nele não é suficiente!


No meu caso, demorei bons anos pra descobrir que minha distorção favorita vinha de fuzzes. 

Uma coisa que sempre gostei foi de 'drives cuspidos'. Sabe aquele drive que parece uma metralhadora? Pois é.
Passei muito tempo com um Ibanez DS7, pedaleiras Zoom e alguns pedais baratos. E nenhum deles atendia ao que eu queria.

O guitarrista da minha extinta banda (na qual eu era baixista) ainda hoje tem um Marshall S80, o qual possui um dos overdrives mais bonitos que ouvi até hoje
Aquele pra mim era o top dos drives. Na época, ele trocou sua Digitech RP7 por um punhado de pedais, dentre eles um 'Marshall JackHammer'. 


[Esses aí eram o sucesso]
Ele tem esse pedal até hoje! Fim de papo.
Taí um cara que achou seu timbre de drive. E bem simples, um BOSS SD1 pra lead e o famigerado JackHammer pra Crunch. Podendo usar um de cada ou os dois.

Enfim, o JackHammer, pra mim, passou a ser "o" pedal de drive, mas por algum motivo ele não se acertava comigo. Mas para o Bruno (guitarrista da banda) caia como uma luva.


Outra coisa que sempre pensava era que drive bom mesmo era o drive do próprio amplificador. E não deixa de ser verdade, claro que existem pedais que superam os timbres distorcidos provenientes do amplificador, mas também existem caixas que te dão um drive trinta vezes melhor que um pedal (mesmo sendo de boutique).


[O ótimo Giannini ClassicT] 

Claro que de começo, pra se ter um bom timbre de drive, primeiramente precisamos de um amplificador razoável e não necessariamente valvulado.
Pra mim, um bom ampli tem que ter um bom som limpo e definição nas notas. Claro que um bom amplificador valvulado é o desejado, mas existem bons amplis pré-valvulados ou transistorizados também.




Outra coisa é saber o timbre que estamos procurando. Seja Blues, Rock, Jazz, Metsaaal, Fusion...

Nem sempre setups (leia-se 'Muitos Pedais') complicados são os ideais. Lógico que se você precisa de determinados pedais, use-os. Senão, nem coloque no pedalboard. 


Mas como o assunto é drive, não vou falar de delay...


[Esse é o Caixa...]
Voltando a falar de amplificadores, acredito que escolher o amplificador é a parte principal para montar um timbre distorcido. Porque se o caixa soa bem só com a guitarra, fica muito mais fácil timbrar os pedais.
Eu mesmo gosto de caixas roucos e definidos. O melhor amplificador que toquei até hoje foi um 'Fender Deville Deluxe 4x10'. Esse combo deixa qualquer Peavey Classic falando igual a um rádio de pilha.



Mas como somos meros mortais, vamos voltar ao mundo real.


Quem toca na noite sabe que levar amplificador pra tocar é uma trabalheira danada. Então sempre tocamos com o 'caixa da casa'. Sendo assim, nosso ideal de timbre foi pro saco. Mas nem sempre...






[Bom exemplo de como buscar um timbre referência]



Bacana desse vídeo é que o barbudinho aí tentou capturar o timbre do Clapton com 3 variações de guitarra + amplificador. O camarada usou um setup signature do EC, depois um set de orçamento mais baixo e por último um set mais barato.

A ideia não foi mostrar o timbre, mas sim como se pode "emular" seus timbres favoritos sem complicação.


Sendo assim, o 'caixa da casa' é, numa boa parte das vezes, bom!



Agora que desviei bastante do assunto (vulgo me perdi) e falei bastante de amplificador, vamos timbrar o nosso drive!


[EHX Soul Food - TOP!]
Claro que se você é 'bluseiro' e gosta do SRV, um Tube Screamer é o ideal. Porém o EHX Soul Food também chega junto. Mesmo sendo um "clone" do Klon Centaur, ele te entrega um boost rouco com um headroom de enlouquecer.

Se seu blues favorito é na cola do Robben Ford, você pode usar facilmente um dos pedais citados acima pra compor aquele timbre.

E pra entortar o cabeção, ainda dá pra tirar o timbre do George Lynch com esse pedal.


E como é que sabe disso? Testando!




Ah, mas meu "negócio" é modernoso...




[MXR 78 - Foda!]
Então compra um distortion!
Além de você possuir toda aquela violência, um distortion ainda pode te trazer timbres saturados uniformes com maestria. Eu mesmo usava meu horrendo Ibanez DS7, que é muito violento, com ganho bem baixinho e ficava muito bom.

Esse MXR aí é o delírio de muito guitarrista que conheço. Do Crunch ao Gore, esse é o cara!





Na certa, sempre é bom ter ao menos 2 timbres de drive em um pedalboard. Um leve e um pesado ou dois leves. Sim, 2 pedais setados pro crunch quando ligados em série, trazem um timbrão show!



[Master Blaster]
Outro pedalzão que conquistou meu coração foi o deprimente OCD.
Deprimente porque se você pegar ele emprestado, fica deprimido por ter que devolver.

O melhor timbre de drive pra humbuckers de braço que já ouvi.


Mas tem gente que não gosta. O Greg Koch mesmo, detesta.



Esse pedal aí tira timbre de tudo, menos de Fuzz!
Que é o tópico de agora!


[Maestro Fuzz-Tone - The Numero Uno]
O Fuzz foi concebido originalmente pra simular um saxofone. Ainda bem que deu errado, pois pra mim, não existe timbre de drive mais bonito do que um bom Fuzz.

Engraçado do fuzz é que parece que esse benedito joga todo o seu investimento em guitarra e amplificador no chão. Parece que o timbre da guitarra desaparece e só fica aquela zoada que parece um dragão cuspindo fogo


E é isso mesmo... kkkk




Só que essa zoada é muito musical e tem uma dinâmica filha da puta. O negócio é encontrar o fuzz ideal pro que você quer.

[Acho que tem bastante fuzz por aqui...]
Existe fuzz de tudo quanto é tipo. Grave, agudo, gritão, rouco, oitavado, brilhante, opaco...
Claro que tudo isso vem dos transistores e capacitores, mas isso é assunto pra uma outra oportunidade.



Tem muito caboclo por aí que acha que fuzz só serve pra tocar Hendrix, alguma coisa de Gilmour, música de Seattle e alguma coisa psicodélica inspirada no Hendrix. 

Em resumo, Fuzz = Hendrix!


Mas Fuzz = Hendrix?

Claro que não! Só que assim como David Gilmour e seus Muffs, Hendrix timbrava tão bem os fuzzes que virou a referência nº1 para quem procura esse tipo de pedal.

O bacana, e ruim ao mesmo tempo, desse lance do Fuzz com o Hendrix é que só imaginamos tocar aquele tipo de som. Porém, um bom fuzz pode soar quase como um sintetizador.



Por exemplo:
[Professor Alexandre Bicudo e seu fuzz signature]
 



Timbre fraco, não?
Taí um belo timbre de fuzz pra fugir dos padrões.



Ah, mas o pedal foi feito pra ele...



[Agora só com o caixa - O timbre fuzzeado está lá]



Respondido?
Bacana que o timbre veio todo do caixa. E parace um Fuzz.



Então, o que ocorre?


[PE falando para o mundo]
Ocorre que até mesmo o amplificador sozinho pode 'Fuzzear'. Aqui em Recife o pessoal da AltoVolts, que é fera em amplificadores valvulados, deixa a saturação de seus amplis à beira de um fuzz.





Mas então, fuzz é tudo!



Também não! Mas eu acho bacana demais.



Considerações finais...? 



Também não! Escrevi um monte de bobagem que não leva ninguém a nada.
Só quem pode falar alguma coisa é o He-Man.



*Usem seus pedais ao máximo, eles até podem trazer gratas surpresas.

*Cansou do pedal? Não venda, empreste, faça uma troca temporária. Quando o pedal voltar você vai achar coisas novas com ele.

*Explore seu set com outros amplificadores. As vezes o problema não está no pedal.




abraço,
Arthur








sexta-feira, 8 de maio de 2015

Momento 'Quem Sou Eu?' #3

Mocidade Independente de...


Esse cara é um shredder de primeira no elétrico. 
E no acústico também!






Isto é, facin facin....











abraço,
Arthur

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Momento Telecaster #3

E então,


Prometi que não ia ter balada...




[Linda Cabeleira]
Aqui, o 'dispensável de apresentações', Scott Henderson pega uma guitarra sem alavanca. Esse fato raro por si só já merece um post. E que bom que foi logo uma Telecaster, parecia que ele sabia que eu ia fazer uma postagem sobre isso...


...Até parece!




[O grandioso Sr Steve Trovato]
Numa noite dessas, o grande Steve Trovato, que é um grande guitarrista de country, faz uma farra com o mestre Scott.
Steve é um daqueles caras que ninguém conhece, mas quando você descobre vê que ele está em todas. Vídeo aula com o velhinho é boia!




Pois no momento Telecaster dessa semana, apresento o 'tradicional' versus 'puta que pariu'.
Taí um punhado de frases pra deixar a banda doida numa canjinha de blues...



[Scott toca e Steve diz: - Ah! Eu desisto!]





Abraço,
Arthur

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Momento 'Quem Sou Eu?' #2

Moçada...


Jogo rapidíssimo.





Acho que vai ter gente caindo na casca de banana....









Abraço e bom final de semana!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Momento Telecaster - #2

Show...


Atrasado pelo feriado, mas sem deixar de postar o Telequeiro da semana...
 

[Meu nome é Josh Smith, porra!]
É o que eu tenho pra falar sobre essa camaradinha aqui.
Josh Smith é um dos caras da 'nova geração' que arrebenta com tudo.

Na verdade esse cara já tem discos lançados faz um tempo, mas como o MainStream só existe pra quem faz mexer o popozão...

Josh toca um mix de Blues/Jazz/Country/Rockabilly em sua Chapin T-Bird.

Detalhe, ele só usa encordoamentos 0.13 afinadas padrão. Nada de semitom abaixo.

Aqui, Josh desce a lenha nessa balada que, não sei por que, me lembra o glorioso Roy Buchanan.


Haja dedo....



[JS - Queria um som desse num barzinho aqui perto]
 






 Na próxima, nada de balada!




abraço,
Arthur

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Momento 'Quem sou Eu?' #1

A-de-do-nha...


Toda sexta-feira vou fazer um joguinho de adivinhação pra as crianças responderem.

Segunda-feira tem a resposta!






Essa tá fácil demais!





Comentem!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Momento 'No Guitar' - #1

Larguem suas guitarras...


[Vish.... é comigo?]
Se tem uma coisa que eu sempre tento enfatizar aqui é que guitarra não é tudo

Longe disso. Sempre comentei com meu mestre e professor Alexandre Bicudo: 





- Guitarra é um dos instrumentos mais limitados que tem. As vezes, essa bexiga não serve pra nada.


E olha que nem dá pra perceber que eu sou maluco por guitarra, né?


Mas é verdade, muitas vezes a guitarra fere a música.
O bom guitarrista sabe disso e sabe parar de tocar na hora certa.
O problema é que tem muito guitarrista por aí que não para de meter nota... 

Na minha opinião, o Jazz e a música Latina são as que menos precisam de instrumentos como guitarra ou violão.


Quer dizer que guitarra não presta...?



Presta sim, mas não pra isso.

[Miles, Miles....Um dos meus músicos favoritos]





abraço,
Arthur

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Momento Telecaster - #1

Agora sim...


[Bunitona essa fivela...]
Povo caipira que gosta de bota e cinto com desenho de cavalo, esse é o primeiro 'Momento Telecaster'
Como sou admirador desse tipo de instrumento, tenho que fazer uma sequencia de posts dedicados à essa guitarra que pode ser, realmente, sua melhor amiga ou a pior inimiga.


Vou fazer de tudo pra ela ser só amiga....



Com vocês, um dos mestres da Telecaster: Vince Gill
Essa caboclo é um dos caras mais bacanas do universo branquelo do country. Toca desde moleque, é um compositor de mão cheia, salvou vários violões de uma enchente e é uma finesse de pessoa.

Religioso que é, mandou algumas 'notas bentas' num programa gospel na TV.



[Vince Gill é um dos caras. Definitivamente]










 
Bacana que nos EUA as coisas, musicalmente falando, não se separam ou segmentam. O cara que é gospel toca popular e vice-versa.

Só aqui no Brasil que cada "estilo" tem seu 'certame' e o músico que joga nos 2 lados é visto meio que como um traidor.



Abaixo o separatismo e viva a Telecaster que uniu os dois mundos.




abraço,
Arthur

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Dia do "Anônimo" #0

Rapaziada adivinha o que tem embaixo...

... Já parei!


Povo, vou começar hoje uma coisa que espero que seja legal. Não sei se vai dar certo, mas como tenho um vasto público internacional...

... Até parece!

[Só faltou guitarra]
Vou tentar postar toda quinta-feira um vídeo que alguém recomendar aqui no blog. Pode ser cover, autoral, seu, de um amigo ou de alguém que você conheça ou curte o trabalho... enfim.

Só não pode ser famoso. Por isso o dia do "anônimo"






Claro que todo mundo tem seu público e, hoje em dia, o anonimato praticamente não existe.



Então, se quiserem, podem comentar e colocar um link de alguém "anônimo" que eu posto na próxima quinta e assim por diante.



Espero que apareça alguém...





abraço,
Arthur


 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Jeff Beck, o 'Ame-o ou Deixe-o' - Parte 5 e correndo...

Gente 'pascoante'...

O milagre de páscoa é hoje mesmo!
Como diria o Papa do Reggae Edson Gomes: - Demorou, mas chegou!


Então chega de 'milagres' e vamos falar de guitarra...


Apoi, ta certo!



[And no mercy....]
Depois da sucessão de sucessos, elogios e parcerias jazzisticas, 'El Becko' resolve expandir as amizades e num desses encontros entre músicos nerds (leia-se Jazzistas), surge a "idéia" de reunir duas pessoas com temperamentos complicados e uma mega síndrome de supernova. Esses dois camaradas eram Jeff Beck e Stanley Clarke.


Num clima de pura camaradagem, os dois 'humildes' se juntaram pra fazer uma turnê, para quem sabe daí nascer mais um 'Super Group'.


Todo mundo sabe que quando se juntam dois craques na mesma posição, o time para de ganhar. Lembram do Flamengo de 95? Sávio (O diabo loiro), Romário e Edmundo... pois é...


Ah, mas o Clarke é baixista e o Jeff guitarrista...


Só que os dois eram Solistas e Front-Mans de suas bandas! Só pelo título desse bootleg, já deu pra perceber a guerra que era...

Lógico que não era uma desgraça, mas pra uns caras desse nível e com um ego gigante, a coisa simplesmente não rolava legal, o que era uma pena. Digo isso porque Jeff e Stanley tinham uma boa relação e inclusive 'El Becko' havia feito uma participação no disco 'Modern Man' do próprio Stanley.


Bom como diz a velha máxima: Treino é treino, jogo é jogo.

[JB&SC, Lapada na orelha]
E nesse jogo, já dá pra ver que a coisa é estranha. Claro que Freeway Jam é bacana, Porkpie e Cause We Ended tem seus brilharecos. Mas a tônica dos shows eram as performances individuais de cada um. E isso incluía intromissão na parte dos outros.

Tem coisa mais chata do que aquele cara que fica metendo nota quando você tá solando? Não!




Bom, depois da turnê de excessos, a amizade que renderia mais um punhado de sucessos entre JB e SC se escafedeu. E no lugar dessa amizade, Jeff se encanta com o tecladista dessa turnê.
Então, Tony Hymas era a bola da vez. E como Jeff não compõe nada e Hymas compõe tudo, a bola voltava a rolar redonda.


Pois em 1980, Jeff Beck, dessa vez sem baixista solista, e sua trupe se juntam para fazer mais um K7/LP. Munido de 2 tecladistas compositores, El Becko se aproveita e extrai o melhor de ambos.

O disco que se segue é um mix entre composições de Jan Hammer e Tony Hymas. Sem discórdia e sem brigas, o álbum intitulado 'There and Back', pra mim, fecha a 'Tríade Top' de Jeff Beck.

[JB- There And Back 1980] Digo que fecha, pois nota-se que após o Wired, Jeff se volta para um lado mais 'Pop'. Acho que ele sempre quis ser Pop-Star...

Claro que o disco é show de bola. Os duelos de Teclado/Guitarra são impecáveis. Space Boogie é uma porrada na orelha, Star Cycle é outra que deixa o riff de abertura na cabeça uns 3 dias,
The Pump, é uma aula de improvisação, El Becko tem um slide que pelamor... e tirando alguns timbres pra lá de duvidosos, o disco é um clássico.

Ficha Técnica:

There and Back
Co-Produced by Jeff Beck and Ken Scott
Recorded in London, England

Faixas:

1 - Star Cycle (Jan Hammer)
2 - Too Much to Lose (Jan Hammer)
3 - You Never Know (Jan Hammer)
4 - The Pump (Tony Hymas, Simon Phillips)
5 - El Becko (Tony Hymas, Simon Phillips)
6 - The Golden Road (Tony Hymas, Simon Phillips)
7 - Space Boogie (Tony Hymas, Simon Phillips)
8 - The Final Peace (Tony Hymas, Jeff Beck)




E as guitarras...?


[The Main Guitar]
Jeff nesse período deixara suas Les Pauls de lado e passaria um bom tempo sem usá-las. Nem sua Tele-Gib aparece nesse disco. Ele usa apenas sua Fender 54 Stratocaster que ele considerava a guitarra mais difícil de tocar que ele já teve.


- É terrível! O Tremolo desafina o tempo inteiro! Mas eu achei um jeito de tocar com ela que funciona. (Palavras do próprio)


E pra completar o timbre, Jeff pluga sua Strato em um Booster Ibanez  modificado, que de acordo com ele deixava o som da guitarra igual, só que mais alto. De acordo com ele a guitarra soa bem mesmo no 'clean', então, pra ter um sustain maior, o boost resolve

[TBrahe Paraflanger]
Beck também usa um Tychobrahe Paraflanger, que eu nunca ouvi falar, mas ele usa até hoje!

Tudo isso (Sem Delay) ligado em seus velhos Marshalls da época do 'JB Group' que ele afirmara que NUNCA havia feito qualquer manutenção, isto é, mesmas vávulas, capacitores, fios... tudo!

Esse é um grande exemplo de que 'Menos é sempre Mais'




E os finalmentes...?



Bom, o disco logicamente foi um sucesso, e mais uma vez Jeff Beck se firmava como o Top dos guitarristas de fusion da época. 

Fusion sim! Naquela época tinha muito fusion bom e não era essa bagaça cheia de nota que é de uns tempos pra cá.


Durante a turnê, Jeff estava inspirado. Timbres matadores e uma pegada de lascar. Isso tudo apenas com um booster, paraflanger, JTMs e um delay na mesa. Todo o timbre vem das guitarras, que eram sua 54' Stratocaster e a famigerada TeleGib.

E todo mundo queria tirar uma casquinha de Jeff (no bom sentido, é claro). Inclusive seu 'parça' Eric Clapton, que por sinal vinha iniciando uma má fase de lascar.
Em 1981, Eric convida El Becko pra um festival de música. Apenas pra mostrar pro mundo quem é que mandava nas 6 cordas naquela época.

No especial 'Secret Policeman Third Ball', Eric e Jeff, principalmente esse último, dão um showzinho à parte.


[Eric Clapton / Jeff Beck - Secret Policeman - Show]






Se Pablo não chora, eu choro...

Mermão, eu vi esse vídeo fazem uns 10 anos e ainda hoje acho de partir o coração. Essa TeleGib é muito violenta. Melhor é ver a cara de Clapton durante os improvisos de 'Further Up On The Road'. 

Detalhe, Jeff ainda usava bastante palheta!


Ainda hoje fico arretado com a edição dessas músicas porque as duas músicas estão cortadas e não acho mais em canto nenhum as versões completas.



Outro momento que traz o clima dos shows de JB até 1983 é o Show do 'DVD Live Arms'. Isso mesmo, aquele de R$9,99 que vendia nas bancas.

Ali é realmente a banda dele fazendo o show dele.

Então 'Vamo que Vamo'

[Jeff Beck no clima da turne do There and Back]



A primeira coisa que se nota é que, tirando o timbre duvidoso, é que Jeff passa a tocar cada vez menos com a palheta e começar sua famosa pegada de polegar.


Esse showzinho reflete bem os anos 80, isto é, as coisas eram meio confusas. Garanto que se ele pegasse essa 54'strat hoje, as coisas seriam diferentes.

Outra coisa é a inclusão de timbres e sons de teclado medonhos em novas versões de velhos clássicos. E isso não é só exclusividade de Jeff Beck e Cia. Isso afeta boa parte da galera que entra nessa década. Eric Clapton que o diga...



E tem como ficar pior....?


Tem sim senhor!

E como uma imagem vale mais que mil palavras de horror...


[Não vou falar mais nada]





Próximo bloco: Nojeiras, renascimento, parceria com a Fender e uma aula de alavanca.




abraço!