terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Mark Knopfler, o "errado" que deu certo - Parte 2 e 4/8

... E novamente na saga das seis cordas do Sr. Knopfler...

Durante a época 'super criativa' (leia-se anos 80), os órfãos de Rock n' Roll poderiam dizer que havia um porto seguro. Não o único, mas certamente a música do Sr. Knopfler era um deles.

Apesar de não considerar a banda Dire Straits/Mark Knopfler como 'Rock', ela tem seus momentos de "rebeldia controlada". E é exatamente aí que entra a nova fase guitarrística do Sr. Knopfler.

Após o álbum 'super shredder finger picking' Alchemy. Mark Knopfler não poderia parar e mais uma vez o bicho ia pegar.


E pegou...?

E como! Mas antes da tempestade, vem a calmaria.
Nesse 'período maracujina', o Sr. Knopfler nos presenteia com mais 2 trilhas sonoras.

[Cal]
'Cal', vem repleta de ambiências dramáticas, gaitas escocesas, flautas e um sentimento meio 'Highlander'. Todo disco é bem calminho, repleto de sintetizadores e algumas guitarras.

Mais uma vez a prova que guitarra não é tudo, nem 100%. Principalmente no quesito trilha sonora.

Ótimas composições estão nessa trilha. Vide 'The Long Road', 'Irish Boy', 'Father and Son' e a interessante 'Fear and Hatred'. 


Pra mim, ouvir trilhas sonoras bem elaboradas é como ouvir Pink Floyd. Tudo gira em torno de uma temática ou uma pequena melodia.


[Confort and Joy]
Numa vibe diferente, Knopfler vem com outra trilha sonora (Vá gostar de trilha assim...)

A coisa gira em torno de músicas dos Straits mais três composições originais para o filme, uma delas bem na cola do 'Weather Report'. Isso mesmo! Uma pena Jaco não estar bem do juízo, porque certamente ele seria o cara pra esse 'funk jazzeado' intitulado de 'Joy'




E a tempestade...?

Bum! Só se for agora!
Depois do sossego e água de coco, o Sr. Knopfler chama a trupe do barulho pra gravar um punhado de 9 canções na Ilha de Monserrat

Pois bem, todo mundo de shortinho Adidas, camisetas brancas e poses bem estranhas! Porque a gravação vai começar!

[Olha a foto! Welcome to the 80's]
Nesse clima festivo e descontraído, foi chocado o 'ovo de ouro' do Sr. Knopfler.

Uma reunião de canções impecáveis, umas 'meio pop' e outras épicas, o disco que se segue é simplesmente perfeito.

Pra essa empreitada seguir os moldes da perfeição, foi adicionado um segundo tecladista (Guy Fletcher), um Saxofonista e mais uma penca de gente. Incluindo 2 baixistas: O grande 'StickMan' Tony Levin e o não menos 'grooveiro' Neil Jason. Acredito que esses dois vem pra suprir o instrumentista mais 'fraco' da banda.

[Brothers in Arms]
BAM! O que se segue é uma enxurrada de músicas, texturas e sons de arrasar.

Toda parafernália técnica estava disponível para os Straits na época, tudo mesmo!

O Sr. Knopfler grava todas as guitarras desse disco. De acordo com meu amigo Brunno Nunes, esse chega a ser considerado o seu primeiro trabalho solo, visto que nem seu baixista de longa data John Illsley grava todas as músicas.



Mas e as guitarras....?

[O 'Pé de Galo' olhando as belezinhas do disco]



Aqui ó!
Aí estão Gibson Les Paul (não é a 59, muito menos a 58), Gibson L6, acredito que uma Gibson 175, Fenders Strato e Tele bem como as famosas Schecters e um Violao Martin que não sei a referência (Atenção meu especialista Pedrão! Que Martin é esse?). Não estão na foto, mas entram aí também o famigerado Dobro National, uma Steiberber com 2 EMGs e uma Guitarra Pensa Custom (não é a que vocês estão pensando) ligada num SynthClaviar que vivia dando pau!

No quesito amplificadores, os Marshalls estão em evidência. Nas gravações foram usados Plexi e JTM, amps Jim Kelley, Laney e possivelmente Mesa Boogie (finalmente escrevi certo).

Sobre execução de guitarra, o Sr. Knopfler dá o show de sempre. O Do Jazz ao Rock, e o drive, que era meio discreto, em certas ocasiões dá o tom das canções.

Basicamente, O 'Sr. Gosto de Guitarras' usou o seguinte rack de efeitos:

-Roland SRE555 Chorus/Echo
-Delt Lab Digital Delay
-MicMix Dyna-Flanger
-Master Room Reverb Unit
-Roland Graphic EQ

-Ibanez UE303 Multi Effect

E um monte de Boss:
-CE300 Chorus
-DM2 Delay
-CS2 Compressor
-2 CE2 Chorus
-BF2 Flanger
-PH2 Phaser
-OC2 Octaver

Muita tranqueira, não? Pois é, eu disse que estava tudo disponível.



Ah, bestão... Tá faltando um pedal aí....!!

Tô ligado, mas foi um acidente de percurso!
Todo mundo sabe que o timbre de 'Money For Nothing' vem, em sua essência, de um Wah-Wah Cry Baby numa posição fixa. Por isso aquele 'som de cano'

Mas esse som aconteceu por acaso, isso porque, em resumo, alguém pisou no 'Cry Baby' durante um intervalo, e quando o 'Sr. Knopfler' foi timbrar pela nonagésima vez sua Gibson Les Paul pra esse música, o som estava lá! O resto é história.



Cadê o som de cano...?

Toma aí!
[Money For Nothing - só guitarra SHOW!!]
A bronca aqui é grande! 
Aqui é totalmente perceptível a presença das 'ghosts notes', logicamente evidenciadas pelo drive, muito ritmo e power chords (que de power não tem nada)

Nesse take estão contidas 2 guitarras, a base e o overdub, que é ligeiramente diferente da base, o que traz naturalidade à faixa.

Lí em algum lugar que durante a gravação dessa faixa, que no disco tem 8 minutos, um dos produtores, Neil Dorfsman, sugeriu que Mark solasse extensamente durante os minutos finais da música. A resposta do mestre foi: "- Like an Rock guy??"

Resultado.... NO WAY! E a coisa toda já fala por si.


E tem mais...?

Do cano? Não! só aí mesmo!
Emfim, no restante do disco o Sr. Knopfler nos presenteia com o alto nível de guitarradas. Tem palheta e slide em 'Mans Too Strong', um Reggae intrincado cheio de climas com muito som de strato em 'Ride Across The River', guitarras synth em 'So Far Away', progressões de acorde sensacionais na "motelesca" 'Your Lastest Trick', psicodelia em 'Why Worry', Twist de Telecaster em 'Walk of Life' e o começo de uma paixão por Les Paul em 'Brothers in Arms'.

Pra quem quer tocar feito o mestre, a dificuldade está apenas na mão do ritmo, o resto não é complicado não! Complicada é a mente do rapaz!



Massa! E então, vamos ao disco...?

[Brothers In Arms - 1985]
SETLIST:



1- So Far Away
2- Money For Nothing
3- Walk of Life
4- Your Latest Trick
5- Why Worry
6- Ride Across The River
7- The Man's Too Strong
8- One World
9- Brothers In Arms







Mais uma vez, depois desse disco, o resto é história!

E a canção 'Brothers In Arms' hein!? Pelamor... É um show de sensibilidade com uma Les Paul ligeiramente fora de fase e pedal de volume, interpretação magistral!


E esse som 'fora de fase'..???

Todo mundo sabe o que é, mas no caso da Les Paul reissue fabricada 1984 do Sr. Knopfler, um dos knobs é um inversor gradual de fase. Então há aí um som 'meio termo' entre Les Paul tradicional e a Les Paul do Peter Green!


Talvez o show que resuma bem essa fase dos Straits é o famoso concerto no 'Wembley Arena' durante o 'Live Aid'. Mas eu acho o show final na Austrália como o resumo dessa coisa toda.

Lá vai!



[Dire Straits - Live Sydney - 1986]






















É muita coisa pra absorver, não? Pois é, tanta coisa que o Sr. Knopfler cansou da banda e depois de um zilhão de shows entre 1985 e 1986 o homem deu uma pausa.




Calmaria e notas podres...


Depois do sucesso da banda, o Sr. Knopfler foi encontrar velhos amigos, tocar Elvis e Country, relaxar o bigode e tocar nos discos de quem ele achava legal, gravar mais algumas trilhas. Enfim, Nada que o exigisse demais.

Nessa pegadinha se fortaleceu a amizade com o então cachaceiro Eric Clapton. Diz a lenda que um influenciava o outro de maneira indireta, eu não acredito. Bom, com essa parceria, nuvens negras pairavam sobre a cabeça do Sr. Knopfler. Isso porque poucas vezes consegui ouvir uma colaboração tão ruim!


Ah, tá bom! Knopfler e Clapton... ruim...?

[Aaargh!]
Ruim não! Horrível! Sabe quando chamam você pra tocar numa banda que você não sabe o que fazer? Pois isso aconteceu com o Sr. Knopfler. Seu estilo único e eclético de nada adiantou com Sr. Clapton. Até hoje não ouvi nenhuma música tocada pelos dois entre 1987 e 1989 que não fosse um desastre. Além disso, Clapton vivia a sua fase musicalmente mais estranha.
(Vou deixar isso pro post sobre o Sr. Clapton)

Um DVD de uma tranqueira dessas é vendido em bancas de revista. O 'After Midnight' Custa em média R$9,90. Por favor, NÃO COMPREM!

É tão ruim, que nem vou colocar um videozinho aqui!

Procurem por 'Twelft Night' que vocês vão entender o que eu digo.



Nessa época aí, começou uma tremenda parceria entre Knopfler, Rudy Pensa e John Suhr, que iria resultar em uma as guitarras mais foda que eu já vi!



Vem aí... A Favorita!

[Plim - Plim]
Rudy Pensa possui uma loja muito legal em NYC chamada 'Rudy Music Shop'. Ele é um colecionador de guitarras e também fazia serviços autorizados para Fender e principalmente para a Schecter. O grande John Suhr nessa época, trabalhava tanto pra Rudy quando para o Sr. Knopfler.


Durante 1984 e 1988 essa parceria entre Rudy, Mark e John iria resultar em um desejo do Sr. Knopfler de possuir uma guitarra com uma gama maior de timbres. Foi aí que nasceu a 'Pensa Suhr'.


Mas como tudo é um processo de tentativa e erro, vieram vários protótipos, até chegar na versão final.

Existe toda aquela história de que a guitarra nasceu num guardanapo de cafeteria. Mas pra mim, como dizem os grigos: - Bullshit!

Logicamente, outras guitarras foram surgindo e sendo usadas até chegar na sua versão final.


[Orange Foam - 1984]
A primeira de todas, provavelmente foi essa strato feita de 'Structural Foam' ou 'Compensado' o som é esquisito, mas legal.

Basicamente uma strato com captadores legais.

Depois dessa aí, que veio meio 'por acaso', a coisa começa a tomar forma e nasce o que pra mim é o protótipo final.

[MK Special - 1986]
Essa mocinha aqui foi usada muitas vezes. Foi a guitarra número 1 do Sr. Knopfler até meados de 1988. Já é quase a forma final do que seria a MK-1. tanto que seu nome é "Mark Knopfler Special"

Possui um corpo em Mogno, braço em Maple e escala em Rosewood ou Ébano. Possuia Captadores EMGs '85-Sa-Sa' e diferente das próximas guitarras, o Floyd funciona!



[Early MK1]

Essa outra mocinha aqui foi usada durante as gravações do 'Land of Dreams' de Randy Newman. É basicamente a mesma especificação da 'MK Special'. Porém, nela estão adicionados um knob de tonalidade com um "push-pull secreto". 

Provavelmente essa guitarra foi descartada após o nascimento da próxima belezinha



Agora... A Favorita!

[Plim Plim! Pensa Suhr MK1 - 1988]
Aqui não!

Essa exata guitarra foi a 'menina dos olhos' do Sr. Knopfler. Tá vendo que ela não nasceu num guardanapo!

Ela tem uma série de paranoias ou frescuras que foram aplicadas somente nessa guitarra!

Além de ser uma guitarra feita pra tocar tudo (que era o desejo do Sr. Mark Knopfler) ela tem toda a pinta de uma guitarra feita exatamente pra isso. Tanto que o Sr. Knopfler conseguia fazer 90% do Show somente com ela.

Ela vem com um corpitcho em Mogno, Top em 'Carved Flamed Maple', braço em Maple com escala em Ébano, Floyd Rose travado. 

Detalhe dos captadores EMG (85-Sa-Sa) é que o humbucker é montado direto na madeira, sendo que a moldura desse captador é todo o tampo de maple. Trabalho de um gênio chamado John Suhr. Isso porque o Sr. Knopfler não gostava das molduras. 

Continuando, os EMGs ativos eram moda na época, além de eliminar as frequências de rádio, nas mãos certas, falavam muito. 

O push-pull secreto no 'tom' liga o SPC (ou Fat Control) no talo. Dando uma engordada geral no som da guitarra. Em resumo, uma guitarra que até hoje tem seus seguidores.

Essa guitarra, junto com a Fender Strato, é a marca registrada visual ou sonora do Sr. knopfler!

E a estreia oficial tinha que ser num show bacana. Era no concerto para Nelson Mandela em 1988, e ao lado de Eric Clapton. (Tenho pena dessa guitarra entre esse show e o final da turnê com Clapton. A coitada deve ter se achado muito mal nascida)

Mas e o som....?


Bem a estreia 'Não Oficial' aconteceu no show 'Pré Mandela' e ela não decepciona. 
Nesse show está o embrião do que seria o 'som Knopfler' dos anos 90!

[Hammersmith Odeon - Warm up concert for Mandela]




É MUITO SOM MEU PIRRAIA!


Já escrevi demais por hoje!

Falo da 1º ressurreição no próximo post junto com mais um monte de tranqueira, leia-se Pensa Suhr, Gibson 1958....


Abraço e até lá!


Arthur

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Mark Knopfler, o "errado" que deu certo - Parte 2

[feliz da vida, não?]
Continuando a saga do 'Sr. Só Sorrisos' em questão, após conquistar sua virada musical e guitarrística, O Pequeno Mark agora pode expandir, e muito, seus horizontes musicais. 
Toda aquela testosterona 'guitarral' havia ficado pra trás, dando lugar a um fraseado firme com timbres que beiravam a perfeição. O mundo estava de ponta cabeça com a 'nova música oitentista' e seus astros de cabelos tipo Poodle, porém, a falta de cabelos do 'Sr. Narigudo' foi a "blindagem natural" para que sua música evoluísse pra uma outra direção.




Arthur.... Foco nas guitarras hoje, tá?

Tá! Mas vocês viram os vídeos? Bem, tomara que sim, porque lá está o "segredo" (que não é segredo pra ninguém) da versatilidade do fingerstyle do homem. Repararam no polegar fazendo os baixos e as 'ghosts notes'? Reparem também que uma coisa praticamente abolida pelo Sr. Knopfler foi o uso da alavanca (que usava pouco, e agora quase nunca).
Colado com o crescimento da banda, estava a parafernália das guitarras. Em outras épocas sendo apenas um par de amplificadores Music Man e 2 guitarras Fender, agora eram 2 cabeçotes Mesa Booguie de 100w, 2 Music Mans, acrescidos de um rack de efeitos com delay, chorus, flanger, compressor, equalizador e o famigerado pedal de volume Ernie Ball. Sem esquecer de um par de Schecter Stratocasters, 1 Schecter Tele e um Dobro National 1938!


Mas e ai...?

Aqui, nada! Vamos ver o dos outros porque lá é refresco!
Vamos ver agora a canção 'Down to the Waterline' após esse período de transição do Sr. Knopfler.

[Down to the Waterline - Dortmund 1981]
Detalhe, no hall dos piores sons de guitarra 'ao vivo', esse está com certeza no meu top 5. São raros os show dessa época (que eu ouvi) que tem um bom som de guitarra. Não sei como ele aguentava esse timbre horrível.

Porém, o fraseado está impecável, firme e decidido. Hoje em dia, as primeiras versões dessa música soam melhores, talvez pela 'volta do vintage' ou somente porque não estão nos anos 80. Mas é uma bela versão.


Eu percebo, que a partir dessa época, o fraseado do Sr. Knopfler começa a ficar cada vez mais único, realmente um 'approach' muito particular. O que antes era uma caixa cheia de 'licks dos outros' agora, já é um mundo de 'licks próprios', o que futuramente pode "complicar" sua vida. Mas essa parte é lá pra frente.


Trilhas sonoras, sons milenares e muito progressivo...
Bem, depois da brincadeira vem a coisa séria! Buscando mais uma vez uma mudança na sonoridade (Depois de perder a virgindade nesse assunto, fica mais fácil), o Sr. Knopfler começa uma jornada que vai se tornar quase um padrão na sua música. Esse período pode ser talvez o mais criativo em termos musicais e guitarrísticos do 'Sr. ScottishMan' até hoje!

Uma dica do mestre (não necessariamente essa palavras): "Sempre procuro tocar guitarra com a TV desligada. Conectar as imagens com o meu som é sempre instigante. Recomendo a todos!"
Pra mim, talvez, o grande lance do Sr. Knopfler é ser músico em primeiro lugar. Suas composições nem sempre são para guitarra. Logicamente, a guitarra é o seu meio de expressão, por isso sua evidência. Mas existem trilhas inteiras compostas pelo Sr. Knopfler que não existe uma única guitarra/violão.
Outro ponto a ser frisado é: Nada ocorre por acaso, tudo é uma questão de tentativa e erro(ou acerto). Muitas das músicas de qualquer instrumentista vem de idéias, climas ou concepções temporárias. Músicas inteiras do Sr. Knopfler e de muitos outros são colchas de retalhos de partes criadas com ou sem um propósito específico. Por exemplo, ouçam 'Raise My Rent' e 'What Do You Want From Me' do David Gilmour e notem o bendito "reaproveitamento".



Arthur... Foco! Foco!
Tradução livre: "Pat Metheny uma vez me perguntou de onde eu tirava essas ideias, ele me disse que essas músicas parecem ter mil anos."

[Love Over Gold]
Essa frase resume o que seriam os 2 álbuns que irei tratar em conjunto. A trilha sonora 'Local Hero' e o discááááço 'Love Over Gold'

Uma das milhões de influências do Sr. Knopfler é certamente a Música Escocesa e a Música Celta. Juntou isso com uma pegada Country/Folk e mais uma pitada de Rock Progressivo meio na cola do Rick Wakemann, teremos a base do 'ambiente Knopfler'.
[Local Hero]
Não sei até que ponto esses dois discos, ou se há, alguma interação no estúdio comum entre os músicos nesses dois espetaculares álbuns.

Toda a ideia cinematográfica do Sr. Knopfler se tornou realidade quando foi chamado para compor a trilha do filme 'Local Hero'. Sendo assim a sua primeira trilha sonora. E é uma 'sonzera' sem fim.


Basicamente, no set de instrumentos estão para esses dois discos estão Stratocasters Fender, Schecter e Fernandes. Telecasters Fender e Schecter, Violões Ovation entre outros. A imagem fala por si.

[As meninas de ouro]


Gostou? Eu também!
Nessa época também começa outra paixão do Sr. Knopfler. 'Classical Guitar' ou como é conhecido nessas bandas, Violão de Nylon! Talvez o violão de Nylon mais conhecido em suas mãos é o 'Gibson Chet Atkins'. E o rapazinho em questão dá um show de execução em 'Private Investigations' e 'Love over Gold' com solos, de mais uma vez, tirar o chapéu. Já já chego lá.
Mais uma vez, o fraseado do Sr. Knopfler é acrescentado de melodias e frases 'milenares', tudo é uma obra de arte. Nesse ponto, acabaram-se os 'slaps' na strato e toda aquela 'vibe de banda de pub' acabou. Nessa época, o Sr. Mark já beirava os 34 anos e não era mais nenhum moleque!



Mas vamos as guitarradas!
Esse álbum inteiro é uma obra prima. Músicas progressivas longas, guitarras mil, timbres marcantes e um lirismo que beira uma sinfonia. Esse é o 'Love Over Gold'!

Pra abrir o disco nada melhor que a clássica, e tocada até hoje, 'Telegraph Road'. Nela, o Sr. Knopfler faz uma senhora execução. Se música é feita pra contar uma hostória, essa música já vale a história do disco todo. Todos aqueles licks de country estão lá, porém agora com uma novidade: O drive

Esse moço aparece meio discreto, mas pra quem até hoje só ouviu coletâneas do Dire Straits, essa é a base timbrística do seu som até hoje.

Uma opinião pessoal minha: "Sempre acredito que tudo tem sua hora, seu climax. É legal ir pra um show ou ouvir um disco onde o foco é a improvisação, eu mesmo sou um grande fã de improvisações extensas e atonalismo livre. Mas ouvir uma obra que te leva a imaginar uma história é surreal. Cada parte tem um foco; no quesito instrumento, cada sessão tem um foco em um instrumento diferente e as partes levam a um encaixe perfeito que renova tudo denovo. Isso é impagável!"

Além dessas guitarradas todas, aqui, nesse disco, entram os fraseados celtas/flamencos do 'Sr. Climax Musical' em questão. Tudo isso sem fritação, nada nem um pouco cansativo!

Então, para o alto, e avante!

[Love Over Gold - 1982]
SETLIST:
1- Telegraph Road
2- Private Ivestigations
3- Industrial Desease
4- Love Over Gold
5- It Never Rains

Banda:
Gtr/Voc - Mark Knopfler
Tec - Alan Clark

Gtr - Hal Lindes

Bx/Bvoc - John Illsley

Btr/Bvoc - Pick WithernsMarimbas - Mike Mainieri


Pra quem curtia o 'som de pub', ou o 'Rock Elegante' à lá Bruce Springsteen, se sentiu violado (no bom sentido, apesar da malícia).
E pra quem só curte guitarra, novamente, o Sr. Knopfler não deixa a desejar. Levando o ouvinte pra uma sensação as vezes relaxante, outras vezes angustiante (no melhor dos sentidos)
Sem muito blá blá blá, ok...?
Tá bom, confesso. Sou prolixo e fã numero 2 da banda. Então, fudeu!
Continuando....
Na mesma "pegada" vem a bendita trilha sonora do 'Sr. Faço de Tudo'.
Um belíssimo disco, cheio de participações especialíssimas e músicas de partir o coração.
Aqui, o Sr. Knopfler toca tudo, guitarra, violões (inclusive o único solo de 12 cordas do moço na vida), teclados, sintetizadores, e até programação de bateria.

Não vou me estender no setlist. Não por ser trilha sonora ou porque não o foco é outro. Mas porque o papo é longo e eu não sei muito sobre essa gravação.

PS. Inclusive peço ao meu amigo, e maior conhecedor dessas histórias, Brunno Nunes do universodirestraits.blogspot.com
que conte as histórias das gravações desse disco.
Bom, lá vai!
[Local Hero - 1983]
Atenção para as músicas:
Wild theme
Freeway Flyer
The Way It Always Starts
Smooching
Going Home (Theme of the Local Hero)
Vocês vão perceber ja já que a união faz a força. Tudo isso vai pra um lugar espetacular, é só continuar lendo mais um pouquinho.
Nesse disco, as 'Schecters Dream Machines' estão com tudo. Todas as ligações possíveis são usadas nesse disco. A menina dos olhos do Sr. Knopfler novamente se mostrava a ferramenta ideal pra suas composições.
Pra trás, depois pra frente...
Depois de compor a banda com novos membros, um novo LP era esperado. Todos queriam, ou esperavam, uma coisa ainda mais nova, diferente, ousada... Pois foi! O "disco novo" dos Straits era um EP, ou compacto, com 4 músicas digamos.... Rock Abilly! Pure 50's!!!

 [Extende dDanc'eP'lay]
Mas nesse EP não deixam de ter guitarras! De uma maneira novamente diferente, como sempre, mas tem! Nesse disco, Knopfler toca de tudo quanto é jeito, 'de dedo' e de palheta!


De palheta...??!!

Sim, sim! Saibam que o Sr. Knopfler poderia ter sido um fritador dos maiores se usasse somente palheta. Inclusive tem uma porção de músicas dele tocadas de palheta!

Nesse EP, está presente um estilo subentendido no seu fraseado. O Jazz, basicamente o de de New Orleans, está descarado nesse compacto. Ouçam 'Badges Posters and T-shirts' que vocês vão ouvir exatamente o que estou dizendo aqui.


Aqui também aparece o novo baterista da banda, o 'Show Man' Terry Williams. Esse cara, segundo populares, era o baterista cinematográfico que o Sr. Knopfler tanto queria. O que novamente vai influenciar toda a pegada do rapaz.



"Apoi", vamos ao disco!


[Extende dDanc'eP'lay - 1982]
SETLIST:
 
1- Twisting By the Pool (Aqui o solo de palheta)
2- Badges, Posters, Stickers and T-Shirts
3- Two Young Lovers
4- If I Had You (Mais palheta e "bailinho")

Banda:

Gtr/Voc - Mark Knopfler
Tc - Alan Clark

Gtr - Hal Lindes

Bx/Bvoc - John Illsley

Btr/Bvoc - Pick Witherns / Terry Williams


Bem diferente pra ser Dire Straits, não? Bem talvez por isso esse EP não é extamente um disco oficial da banda. Parece mais uma brincadeira entre amigos, mas já sem aquela coisa despojada e inocente de outrora.




A união fez a força...

E finalmente, o "Gran Finale"(Dessa parte, é lógico). Depois dessa trifeta, nada como coroar esse período com uma performance da que na época, ao meu ver, era 'A melhor banda ao vivo'. Toda cinematografia, toda a angústia e lirismo aliada a uma das melhores, talvez a melhor, performance guitarrística do Sr. Knopfler de todos os tempos

A Alquimia estava completa! 

Nesse disco, o 'Sr. Performance' está com a macaca. E pra fazer jus a grandeza, o set de guitarras tinha que ser impecável.

Aqui estão as Schecters em sua plenitude. 2 Stratos e uma Tele (ambas Schecter), 1 Gibson SG, 1 Gibson chet Atkins e o famigerado Dobro National. Tudo Ligado em amplicadores Mesa Booguie e um rack de pedais Boss, Mxr, Ernie Ball e tudo isso provavelmente integrado uma pedaleira Pete Cornish.

Tudo foi gravado em apenas 2 noites (creio que o disco todo é da primeira). As versões são de tirar todos os chapéus. Estão nesse concerto, as melhores versões das músicas do Mark Knopfler até então.

Notem a evolução de 'Once Upon a Time in The West', que passou de um 'Reggae Folk' pra uma música poderosa. As frases do Sr. Knopfler são fogo total... Cromatismos, diminutos, tudo...! Todo esse disco é ambientado da Trilha de 'Local Hero'. Então se preparem pra viajar!



[Alchemy - 1984]

SETLIST:
1-  Once Upon A Time In The West
2-  Expresso Love (de palheta)
3-  Romeo And Juliet (Nylon no fim)
outtake - Love Over Gold (Nylon)
4-  Private Investigations (e tome Nylon)
5-  Sultans of Swing (aqui é que é bronca)
6-  Two Young Lovers
7-  Tunnel Of Love (...)
8-  Telegraph Road (não vou nem falar)
9-  Solid Rock
10- Going Home: Theme Of The Local Hero

Guitarra aqui é boia! Pra os guitarristas de plantão, esse é imperdível!
E o Dire Straits/Mark Knopfler agora era GIGANTE!

E puta que pariu!!!!



Próximo post: A favorita, timbres matadores, a canseira, Clapton e as 'notas podres', 'raízes e parcerias' e o 1º ressurgimento.


Obrigado pela paciência e até breve!


abraço,
Arthur

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Mark Knopfler, o "errado" que deu certo - Parte 1 e 2/4

[o que será de mim]
Continuando a saga guitarrística do Sr. Knopfler, vamos começar a falar sobre um período de grandes mudanças no relacionamento guitarra/homem ao qual viveu esse sujeito ai. Ai entram em cena novas guitarras, novos timbres, novas composições... um caminho totalmente diferente do percorrido até o comecinho de 1980.

Sabe quando a gente cansa de tocar uma coisa e fica doido pra mudar, mas não consegue porque a banda ainda toca essa mesma coisa? Pois é, essa era a situação do Sr. Knopfler até o comecinho de 1980. Só que no caso a "banda" era encarnada pela gravadora e seus produtores. Então, com um voto de confiança, o 'Dedos Velozes' aí mudou, e pra melhor (ou não).


3º Disco, brigas, novas guitarras e mudanças


Todo mundo sabe a história que o Mark expulsa o seu irmãozinho da banda porque ele queria mais espaço na banda, não tocava lá essas coisas todas, etc, etc...

Não, Não sei....
Então vai lá no universodirestraits.blogspot.com e se delicie com as fofocas vintage dos irmão Knopfler.


[Making Movies - 1980]
Em 1979, durante as gravações do 3º disco da banda, intitulado de 'Making Movies' as músicas do sr. Knopfler não estavam lá essas coisas todas. A coisa toda consistia em basicamente: 'mais do mesmo'. Apenas com uma pegada mais Rocker do que o habitual.

A timbragem da coisa não mudara tanto desde então, Fenders Strato em amplis Music Man. Porém apos toda essa história de irmão x irmãozinho, Mark, incontente com tudo da uma pausa nas gravações. A partir daí, uma série de acontecimentos marca a virada musical do Sr. Knopfler.


Bruce Springsteen e o rock elegante...

[bóóóoorn in the Iuéssêi]
Uma coisa que passa, as vezes, desapercebida pra quem curte o som do Mark Knopfler, é a presença do 'Mr. Born in The USA' aí. Todo aquele cenário de Rock Elegante e músicas com arranjos grandiosos e uma linguagem pop propiciado pelo Mr. Bruce influenciaram diretamente a quebra do paradigma da música do Sr. Knopfler. Talvez o sonho de ser Norte Americano tenha invadido a mente do 'nem tão jovem' Escocês que tanto gostamos.



Calma, já estou chegando na parte que interessa...


Mas, logo então, o Sr. Knopfler percebeu que alguma coisa faltava para então, a mudança acontecer. Uma ferramenta pra ajustar tudo o que ele precisava. Foi aí que o parafuso encontrou a porca.


Parceria com Tom Anderson e as Schecter Dream Machines....


Percebido que talvez o problema estivesses no seu timbre, o 'Sr. Strato Vermelha' foi até Van Nuys, California, para adquirir uma guitarra de responsa. A Fender vinha deixando a desejar nas suas guitarras e equipamentos vintage não eram essa obsessão que é duns anos pra cá.
[Schecter Dream Machine]
Foi então que Tom Anderson (esse mesmo), que na época trabalhava na 'Schecter Guitar Research' ficou incumbido de fazer uma algumas guitarras top pro então 'quase renovado' Sr. Strato.

Mas que Schecter é guitarra de metaleiro...

De uns anos pra cá é sim! Mas até 1980/1981 As Schecter eram guitarras custom shop caríssimas. Seu nome 'Dream Machine' já diz tudo. Eram guitarras feitas com madeiras lindíssimas, captadores custom calibrados individualmente e um acabamento impecável. É só digitar no "Pai dos Burros": 'Schecter Van Nuys' ou 'Schecter Dream Machine' que vocês vão ver do que se trata.

Pois bem, essa belezinha aí foi o caso de amor desse rapaz. Ela não tinha aquele som de Fender, havia ali uma strato renovada e com uma sonoridade que era uma luva para o que o Sr. Knopfler procurava.
Essa moça tinha corpo em Mogno, braço em Birdseye Maple, ferragens de bronze, escudo de alumínio e captadores Monster Tone 'tappeados' com chaves individuais pra cada 1 deles.


E que danado são esses 'tappeados'?

Captadores tapped, são captadores que possuem 2 saídas. 
É como humbucker full e split ou full e paralelo?....NÃO!

São como 2 captadores em 1 single. Single.... SINGLE!!!! Que possuem 2 camadas de boninas, e 3 fios (terra, bobina 1 e bobina 2). Sendo que a bonina 2 está ligada a bobina 1, que funciona sozinha
Exemplo:
Com a b1 ligada: saída de 6k
Com a b2 ligada: saída de 12k

[chaves dos captadores Schecter]
Resultado: Uma combinação de 26 timbres diferentes em 1 só strato com 3 singles! 

E fazia diferença...?

E como! Principalmente para o Sr. Knopfler, que agora possuía a ferramenta que precisava.

PS: Sério macacada, cada guitarra tem uma história particular. Todo guitarrista do mundo deveria ter ao menos 3 guitarras. Uma Strato, uma Tele e uma Les Paul. Os timbres que elas produzem individualmente são uma verdadeira inspiração.


Mas, e a diferença...?

Já já chego com a prova dos nove! 
Ainda tenho que falar que depois do 'fogo amigo' no 'Band of Brothers' fez sua vítima, essa guitarra elegante precisava de uma banda igualmente elegante pra que a coisa toda se firmasse. Foi aí que o Sr. Knopfler chamou o 'E-Streeter' Roy Bittan (pra quem não sabe, o 'E-Street' era o nome da banda de Bruce Springsteen) e o produtor Jimmy Iovine, que era co-autor de alguma(s) música(s) junto com o 'Sr. Born in the USA' e o guitarrista Sid McGinnis, que até hoje toca no programa do David Lethermann.


E o que isso tem a ver com guitarra...?

Tudo! Toda a concepção do disco estava na cabeça do Sr. Knopfler. Enfim, a sonhada liberdade artística que ele tanto queria, estava a um passo de se realizar, e com a banda certa. Essa banda, iria pegar toda a ideia de um disco cinematográfico e transformar em outro prato de macarrão ao sugo pra o Sr. Mark Knopfler demonstrar todo seu 'novo lirismo' na guitarra.

Pois bem, inspiração é tudo. E pra quem é músico, no nosso caso guitarrista, o background sonoro é tudo o que precisamos pra deitar e rolar.


Arthur, Caralh... E a diferença entre a Fender e a Schecter...??

Tá bom! Na Mesma música então! O que queria dizer é que um guitarrista ou qualquer tipo de solista não é NADA sem sua banda.

Então a bendita diferença em... Solid Rock!


[Solid Rock com Fender]
E tome Fender... Notem o fraseado e timbre já bem cansados do 'Sr. Careca Disfarçado' aí.
Essa versão da música foi gravada em 1979, poucos meses antes da versão final.

A banda é a mesma de sempre até 1980:

Gtr/Voc - Mark Knopfler
Gtr/Bvoc - David Knopfler
Bx/Bvoc - John Illsley
Btr/Bvoc - Pick Witherns

[Solid Rock com a 'Máquina dos Sonhos']
Agora, notem a evolução do fraseado e timbre do homem! Toda textura da música foi revigorada e a então cinematográfica 'Solid Rock' tomou forma. Reparem também na 'pressão' imposta pela Schecter. Como eu disse, não soa como uma Fender, mas pra época, esse era o melhor som de strato que existia

E a banda também mudara e agora o 'DirE-Street' (gostaram?) era uma orquestrinha metida besta (no bom sentido)




Finalmente o Disco e a danada da mudança


Toda aquela guitarrada dos 2 primeiros discos vai meio que por agua a baixo. Então pra quem escuta música de guitarra com 30 segundos de "tema" e 5 minutos de frfrfrfrfrfrfrf... Aqui é o fim da linha!

Quem toca guitarra é músico, e músico faz o que é bom pra música. Nesse quesito o guitarrista aqui em questão faz um super trabalho.

Tudo que se ouviu de Mark Knopfler até então, foi por terra com esse disco. A atmosfera do disco como um todo era tudo que todos os músicos da banda precisavam pra simplesmente destruir.
Nesse disco esta, pra mim, talvez o solo mais bonito do Sr. Knopfler. Em 'Tunnel of Love' ele faz só o que pode com sua Schecter.

Os "petardos" guitarrísticos desse disco são: 
'Tunnel of Love'
'Expresso Love'
'Skateaway' (Aqui, um festival de licks Country de pistoleiro do velho oeste ficar com medo)
'Solid Rock'
Nesse disco etá a eterna romântica 'Romeo and Juliet' que pra quem conhece a história, A música nasceu de uma tarde com o velho Dobro Resonator afinado em G aberto (Atenção! Todas as músicas tocadas tanto no Dobro quanto em slide do Dire Straits estão na afinação G Aberto - D-G-D-G-B-d). E que saibam que a introdução dessa música é um plágio de uma música do Sr. Springsteen, que eu não sei o nome, tocada em 12 rotações. Taí a prova da influência do Bruce na música do Sr. Knopfler até então.
O show das guitarras desse disco estão no quesito 'parede'. É uma em cima da outra e muitas camadas de guitarra. É Como eu disse lá atrás, "Nunca somente de solos faz um guitarrista". Claro que a presença do "excluído" Sid McGinnis fez a diferença também. As bases da músicas e a 'dobrada' no solo de Expresso Love, deixam Mark tranquilo pra fazer o que mais sabe: Pergunta e resposta, inversões de acordes e timbrar (e que timbre tem esse disco)
[Making Movies - 1980]
SETLIST:
Tunnel of Love
Romeo and Juliet
Skateaway
Expresso Love
Hand in Hand
Solid Rock
Les Boys

Banda:
Gtr/Voc - Mark Knopfler
Gtr - Sid McGinnis
Bx/Bvoc - John Illsley
Btr/Bvoc - Pick Witherns


A partir desse disco, a 'Orquestrinha Metida a Besta' estava bem encaminhada e as correntes da mesmice haviam sido quabradas.


Mas eu quero é Guitarra!!!!!


Como diria o "aumentador" Nelson Rubens: Ok, Ok....
O fraseado do Sr. Knopfler fica mais conciso, as músicas não são mais aquela mistura de ritmos e tudo se encaixa pra uma nova direção. Temos menos malabarismos de guitarra, porém temos um fraseado firme e potente. Os amplificadores realmente saturam e o overdrive, mesmo de leve, aparece pela primeira vez. Os acordes estão mais complexos (Skateaway) e mais músicas em tons maiores, que são geralmente o caos para os 'pentatoneiros menores'.

O arsenal das guitarras consistem basicamente em Schecters stratos e uma tele, violões Ovation Adams (de Fibra, argh) e a boa e velha Burns Baldwin 12 cordas. De amplificadores, com certeza os Music Mans, acho que alguns Marshalls ou Mesa Booguie. Como eu disse, timbres 100% vintage estavam fora de moda.


Cadê? Cadê o 'homi' tocando??


Vamos ver a bendita da Schecter em ação agora! Notem o timbre mais forte que o habitual nas Fenders. Nessas 2 músicas que se seguem, não há exatamente solos. A onda é mostrar o timbre e a postura de um super-guitarrista em favor da música. Simplesmente gênio!

[Sr. Knopfler pergunta: -Solar pra que?]


Puta Merda, Arthur! Escreveu isso tudo e só se passou 1 ano!

Vai andar mais rápido, prometo. Mas eu avisei lá no 1º post, vou escrever de uma maneira mais romântica, que é bem prolixa! Mas vamos que vamos porque depois dessa adolescência musical tardia do 'Menino Knopfler', a fase adulta desse rapaz nos contempla som seus sons milenares, temas instrumentais e um festival de execuções guitarrísticas que mata muito cardíaco por aí. Essa parte sim, merece um post exclusivo.


Até a próxima parte!